11 de junho de 2012

Férias – Marian Keyes


Preparem-se, este será um longo post, mas prometo, que se vc quiser saber um pouco mais desta que vos  escreve, valerá a pena. Logo eu sempre acostumada a escrever posts pequeninos, a dona dos posts gigantes é Karininha, mas é que no tema de hoje não dá pra ser sucinta e tb não há como falar sobre o “Férias” sem falar sobre mim. Sim, este é um livro muito especial e logo vcs entenderão o pq.

Marian Keyes, não é segredo, é adorada por todas “nozes” que publicam aqui no LFPA (livros filmes e um pouco de abobrinha) e semana passada estávamos comentando mais uma vez que nenhum livro dela tinha aparecido por aqui, a explicação é muito simples, ela é tão importante que escrever sobre ela tem que ser especial e este post é especial, logo vcs entenderão tb.

Eu logo levantei minha mãozinha: “deixa o ‘Férias’ pra mim?”, Poly deixou, contanto que eu deixasse o “Melancia” pra ela. Papo de doido, Férias, Melancia...

Falei, falei e até agora não falei nada, to nervosa, vcs acreditam?

Antes de falar do livro, vou fazer um panorama de minha vida na época em que comecei a lê-lo.

Naquele ano, 2008, tinha ganhado do papai do céu um pequeno presentinho chamado Ana Alice. Desde o momento em que ela nasceu, se tornou a pessoa mais importante na minha vida, ela estava e sempre estará em primeiro lugar em tudo, vem antes mesmo de mim mesma, a prioridade sempre será ela. Mas infelizmente, junto com ela e não por causa dela, um mal muito louco veio no pacote, a famosa Depressão Pós Parto.

Eu já tinha ouvido falar desse negócio ai, mas teimava em acreditar que essas coisas não aconteciam comigo, o que eu estava sentindo era só uma bobeirinha, logo iria passar, pelo menos era assim que eu acreditava. Só que eu fui me tornando cada vez mais diferente, eu era diferente na presença dos meus pais, eu me tornei uma estranha para eles, que não entendiam e acreditavam tb que era bobeirinha, afinal eu estava mesmo era com ciúmes, rs! Eu me tornei uma pessoa diferente para meus antigos amigos, eu não queria saber deles, eu não queria vê-los. Eu me tornei uma pessoa diferente para meus familiares, eu não precisava deles. Mas o pior de tudo... eu me tornei uma pessoa diferente para meu marido...eu não queria nada dele e ao mesmo tempo eu queria tudo e isso me enlouquecia, mas enlouquecia a ele muito mais.

E isso foi me fazendo cada vez mais triste, eu não tinha lugar, eu não queria estar no trabalho, mas tb não queria estar em casa, mas tb não queria estar na rua, mas tb não queria estar na casa dos meus pais, eu não queria estar em lugar nenhum. Eu não queria estar com ninguém, mas ao mesmo tempo não queria estar sozinha. Eu só queria estar com a Ana Alice, achava que ela me bastava, mas quando eu estava perto dela ainda sentia aquele vazio, o vazio na verdade, nunca me abandonava. Que merda foi essa época...

E por não saber o que me faltava e o que me fazia triste eu descontava em quem, em quem , em quem? Rochério...
Quando a Lilice estava com mais ou menos um ano eu comecei a ler o “Férias” (até que enfim chegou nele, pensei que essa mulher nunca fosse parar de falar, kkkkk!).

Ai vc me pergunta: o livro fala de uma mulher na mesma situação que vc estava? N Ã O!!!!!!! Esse é o “Melancia”. “Férias” é a história de Rachel Walsh, uma toxicômana que não sabe que é toxicômana, todo mundo sabe, a mãe dela sabe, o namorado dela sabe, os amigos dela sabem, menos ela. Todos tentam dizer a ela que ela é sim uma toxicômana, mas ela não acredita e no desenrolar da história ela começa a acreditar, mas leva um bom tempo.

Rachel é internada depois de sofrer uma overdose, que ela acredita não ter sido uma overdose, as pessoas é que estão exagerando. Ela resolver ceder e ir para a clinica de reabilitação pois encara a estadia lá como um período num spa, onde ela irá descansar e se cuidar um pouquinho. Mas quando chega lá, percebe que de spa a clinica não tem é nada, que ela vai ter que rebolar pra encarar as sessões de terapia em grupo e tudo o mais, que para ela é bem mais difícil pois não admite que tenha um problema.

Porém o que a deixa mais preocupada e incomodada, é o fato de seu namorado, Luke, não querer mais nada com ela, afinal, eles eram felizes, não eram?

Luke , na descrição de Rachel e de suas amigas é um “homem de verdade” , usa calças de couro, cabelo comprido, gosta de rock, não tem muito dinheiro, as chamam de “baby” e na cama...uhum, homem de verdade. Vou te falar que cada vez que Luke aparecia eu começava até a suar. Mas para Rachel, a expressão “homem de verdade” era pejorativa, ela tirava um barato dele.

Bem, no desenrolar da história, Rachel vai perceber o quanto é viciada, o quanto deu trabalho e o pior, o quanto Luke tentou ajuda-la em vão e o quanto ele sofreu com sua overdose. Não vou contar os detalhes, pq esse livro é muito bom, o meu preferido na lista da Marian Keyes, vc tem que ler pra entender.

Ta, e o que que uma coisa tem a ver com outra?

Bem, conforme fui lendo o livro eu fui percebendo que eu era igual a Rachel, eu não admitia o problema que eu tinha,bem lá no fundo eu sabia que ele existia, mas eu não queria acreditar. Eu estava fazendo as pessoas ao meu lado sofrerem sem ter culpa de nada, elas só queriam me ajudar. E o mais importante, me fez ver que eu estava fazendo com o meu “homem de verdade” ( e aqui a expressão não é nada pejorativa, ele é mesmo) a mesma coisa que Rachel fez com o Luke.

Rochério, enfrentou tantas coisas minha gente, assistiu tantas crises, aguentou tantas broncas e malcriações e minha nossa Senhora, ficou do meu lado. Eu mesma não teria ficado do meu lado e se ele ficou, era pq me amava muito.

Foi ai que eu pensei: Eu não vou chegar nesse ponto de quase perder as pessoas que me amam, eu sou maior que essa merda que ta acontecendo comigo, EU NÃO VOU PERDER O ROGÉRIO. Afinal, ele é o meu Luke, ele não usa calças de couro, mas eu prefiro jeans mesmo, ele não tem cabelos compridos, mas eu ia detestar brigar pelo secador de cabelos, ele não gosta de rock, mas foi até no show do U2 comigo, não me chama de “baby”, mas me chama de “linda”, que é muito melhor, o resto... bom, o resto... é tudo igual ao Luke mesmo, kkkkkk, principalmente em dois quesitos: amor, ele pode até não ser o cara mais romântico do mundo, mas já provou que me ama com diversas atitudes, e é tão lindo pra mim quanto o Luke é para Rachel.

Bem, foi longo né? Deixa eu para de falar, sessão desabafo, chega.

To até pensando em começar a ler o “Férias” de novo, não que a bobeirinha tenha voltado, nada disso, me tornei até mais otimista depois disso tudo, mas to com saudade do Luke e quando ele aparece no livro, dou ainda mais valor no meu “homem de verdade”!

3 comentários:

  1. Graaaaande Rochério, fazedor de biritas da turma! Nunca me enganou, sempre achei ele um cara legal!

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  2. Me lembro bem dessa fase... Era horrível quando você me dizia "tenho vontade de entrar num buraco" e não poder fazer nada. Mas, graças a sua força, tudo foi superado e hoje você pôde fazer essa linda declaração =)

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  3. Graças a vcs tb minhas amigas lindas!

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